26.9.11

de import(UN)âncias

Não importa. A não-história aqui contida; os esforços empreendidos para compreender a melancolia dos dias; o afã pelo desconhecido – tornado possível; não importa. Que haja na navalha cegas competiçoes entre homens e cães: se não haverá ração para ambos. Não importa. Que não sejamos idólatras. Não importa. Que ainda não amemos uns aos outros apesar de todo o dinheiro do mundo. Não importa. Que a importância dos dias ainda não seja a devida. Não importa. Que a dívida supere o Valor das coisas. Não importa. Se a importação vai mal. Não importa. Ser ou não ser. Não importa. Que a repetição parecerá um mantra. Não importa. Que não devia ser repetido. Não importa. Que a matéria refaça o espírito. Não importa. Para que o Incompreensível possa figurar-se Belo... Não importa. Para que os sorrisos não minguem... Não importa. Se é bom ou ruim. Não importa. Mesmo a exportação. Não importa. Explicações... Não importa. Distração. Também não. Minimalismo. Não importa. Fé. Não importa. Canibalismo. Não importa. Café de coador. Não importa. Datilogravura. Não importa. Que esse texto seja de vinte e sete de dezembro de dois mil e oito. Não importa. Ptemonômilis. Não importa. Ainda que a feére possa argumentar nos tribunais das injúrias e das contradições a favor de nosso pleito, os olhos estarão sempre ardendo adentro – feridas de causas internas. Não importa. O minuto pelo qual passa uma vida. Não importa. E que eu não sinta, absolutamente, pelos que virão. Não importa. Que eu não entenda nada. Não importa. Que tudo seja música! Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Idem. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa. Não importa.

9.9.11

de nomesteus

não posso conservar o som do teu nome no vento por mais tempo que o tempo que leva para dizê-lo...



                                                                                        e quando pronuncio   a  l  o  n  g  a  d  o


                      cada sílaba como se fosse
                                                              um
                                                                   pedaço
                                                                               teu



                     deixando que cada letra sibile entre os dentes como se pudesse morder a carne
(ainda macia da boca...)


                                                             - nada disso se parece com você -


e por isso é ainda hoje o teu pre-nome que eu chamo à noite

                       um rosto rasgado pela luz
                                    sorriso rouge num corte contornal
                                             desfiladeiro dividindo a semelhança

                                                     e era com o fio no olhar que eu te chamava

                                             (quando não havia palavra que nomeasse tua geografia)


                                                               - porque nada disso contém teu nome -