afrodite é autodidata do amor e pratica da lavanderia uma pirofagia que dá pra acender de baixo da pia de uma sina lavadera-quem-me-dera um litro de guerra e de guelra mergulhada em querosene quero-Zênite e Querô a marca do lar na cara de quem me queira quem me dera uma língua de chama de quem me chama do alto do Olimpo que eu limpo quem lava costura cozinha? mas não passa não passa não passa essa corzinha de gente que lava que passa e cozinha mulher de amor afrodite que de dia passa e de noite fadiga e de dentro encolhe quando a vida atrofia um pouco de lustro que seja almeja e espera no centro oculto da esfera que esfrega e passa como uma fera que lava de fogo dentro e fora da atmosfera denegrida de grinalda e fralda de pano pra lavar a boca suja da cândida alvura sanitarista das noites brancas diarista dentro da lotação dormindo sonhos abrigando gentes atravessando pontes assumindo dívidas dividindo quartos com terços e quintas feiras fazendo correr carrinhos cheios de frutas furta-cor pra dentro da casa que cozinha pra fora de dentro pra fora afrodite cospe lavaredas de fogo-açúcar no pote cor negra de amor-em-conserva
... e a Beleza então será como a marca de um ferro quente na carne de nossa Quimera
4.12.14
3.12.14
de Fim de Feira
Toda a particularidade de uma fruta
Tangerina dividida ao meio -
faca
goma
e
micro-gotas-películas
nas mãos-calo
sob os olhos-caveira
a vida é veneno
e só
socialight bagaçavel
o EU-gostoso-alaranjado
quase a cor de uma chuva ácida
por que cantamos sabor?
quando a boca-banga
de banguela
só se morde-se
Sé-denta
Tangerina dividida ao meio -
faca
goma
e
micro-gotas-películas
nas mãos-calo
sob os olhos-caveira
a vida é veneno
e só
socialight bagaçavel
o EU-gostoso-alaranjado
quase a cor de uma chuva ácida
por que cantamos sabor?
quando a boca-banga
de banguela
só se morde-se
Sé-denta
14.10.14
de africanias
ÁFRICA
que nunca pensei em ti
COMO UM GATO
quando já te pensei
que não mias
mas querer ia
african-
-ias
como uma unha-de-gato
que verdeja
acima
e em baixo
relevo
revela
que eu jamais te pensei
(como em nosso gato Aquiles
) - lembra? -
depois que morreu
nilo e tímido
e de
botas - na lua.
e é frequente pensar assim:
gato e continente do tamanho da paisagem
que nunca pensei em ti
COMO UM GATO
quando já te pensei
que não mias
mas querer ia
african-
-ias
como uma unha-de-gato
que verdeja
acima
e em baixo
relevo
revela
que eu jamais te pensei
(como em nosso gato Aquiles
) - lembra? -
depois que morreu
nilo e tímido
e de
botas - na lua.
e é frequente pensar assim:
gato e continente do tamanho da paisagem
7.10.14
de fasciNação
A s s a s s i n a ç ã o
dançantesca numa noite contínua
infusa num vórtice
em todos acampada
- tromba d'água -
a madrepérola engasgada pela palavra mais atraente
adaga nômade
na boca
de toda uma nação-espécie
- rio de setembro de
heráklito sambando
de rir de novembro
depois de outubro
de maio francês
de outra comuna
de ritos janeiros
depois das promessas
descontas em junhos
de mês em um dia
de dia... ser pária -
heráklito sambando
de rir de novembro
depois de outubro
de maio francês
de outra comuna
de ritos janeiros
depois das promessas
descontas em junhos
de mês em um dia
de dia... ser pária -
aCarnaValizAssassinaçãoSomenteÁgoraEstadoEnação
digo aos amigos:
digo aos amigos:
(trombetas de quem jazz em silêncio no tumulto da folia)
28.9.14
de VoliaZlahodaDobro
Ex-
Carro
carroça
{homem ou bicho puxando a coisa}
correria
e andando
e correndo
e roça
cúspide nnnnnnnnnnn(na cidade)
s t r e s s -
doença dominical
na largura do vem-vai
fica a folha
ou
leia
ou
coma
se nem lancinante
nem óbvio
o ovo duvido
do vidro resta o caco de um cocoricó
de novo óbvio
- mistério ucraniano-
Clarice!
Clarice...
flor e afogamento
recife e o indizível
nos escondemos atrás dos nomes
e do que ninguém mais também
Carro
carroça
{homem ou bicho puxando a coisa}
correria
e andando
e correndo
e roça
cúspide nnnnnnnnnnn(na cidade)
s t r e s s -
doença dominical
na largura do vem-vai
fica a folha
ou
leia
ou
coma
se nem lancinante
nem óbvio
o ovo duvido
do vidro resta o caco de um cocoricó
de novo óbvio
- mistério ucraniano-
Clarice!
Clarice...
flor e afogamento
recife e o indizível
nos escondemos atrás dos nomes
e do que ninguém mais também
6.8.14
dès notre nudité
Toda Nudez
Aparenta Ser Nua
Mas Nenhuma
Aspira
As Folhagens
Quando Ventos Se Trocam
S U P R A T Â N T R I C A B R I S A
Aberta A Camisa
Deixo Que Um Bonsai De Figueira
Me Morda O Coração-Divisa
Pra Toda Nudez
Há Uma
Aparência Nua
Mas Nenhuma
É
Apenas Uma
Floresce Por Baixo De
Uma
Camisa De Uma Flor-Brisa
Perde
A Escura Boca
Esconderijo-Ideia
Quando Se Troca
1 Segundo
Porumaseguramordida
Aparenta Ser Nua
Mas Nenhuma
Aspira
As Folhagens
Quando Ventos Se Trocam
S U P R A T Â N T R I C A B R I S A
Aberta A Camisa
Deixo Que Um Bonsai De Figueira
Me Morda O Coração-Divisa
Pra Toda Nudez
Há Uma
Aparência Nua
Mas Nenhuma
É
Apenas Uma
Floresce Por Baixo De
Uma
Camisa De Uma Flor-Brisa
Perde
A Escura Boca
Esconderijo-Ideia
Quando Se Troca
1 Segundo
Porumaseguramordida
25.5.14
de VORA
INCONCLUSA
todas as palavras no voo
alçáveis
com o peso
(suave) da gravidade
e da contradição
de uma e outra A ASA
que gravita em torno
da boca
e dos nomes das coisas
e da ideia-músculo
QUE O TEMPO
com mais ou
menos
tic-tacs e
sotaques
aquém da vontade DEVORA
deste mínimo
desde o começo
até agora
todas as palavras no voo
alçáveis
com o peso
(suave) da gravidade
e da contradição
de uma e outra A ASA
que gravita em torno
da boca
e dos nomes das coisas
e da ideia-músculo
QUE O TEMPO
com mais ou
menos
tic-tacs e
sotaques
aquém da vontade DEVORA
deste mínimo
desde o começo
até agora
18.5.14
de 4 por dois
Inteira numas
duas Meias
Três quartos
de quatro
- um quarto minguante e
uma infinidade de afrodites e afazeres
17.5.14
de Tsampa
a cada
passo
respiro
te trago
por dentro
aberto
concreto policéfalo dentro de mim (deixo
que a cidade toda exista aqui
) ruas
sem saída toda a largura de uma avenida
íntima
que eu ainda te espero nessa esquina de dentro
trés-pedi, mon amour!
ou os amigotaurus compatriotas da ladeira cadente
solidão labiríntica
enfileirados e dobrados aberto aos cruzamentos
de um café
tudo aqui dentro -
a losna que são os teus olhos
que então rondam almofadas
minha cidade que me habita
perpétua branca e sangra
outono que carece de aparência
as raposas cheiram seu sovaco -
sempre tens escrito um haicai ali.
salvo a garoa de São Paulo
que um dia, agorinha talvez
se derrame como saliva sobre o tempero de concreto armado
que derruba montanhas inteiras dentro do coração de um parnaso
que grasna
como um passarinho ferido nas asas pelo estilingue das monções
nada mais dura
dura enquanto durar
deixo de viver nela, a cidade que desmorona
ruínas na subepiderme
mas meu coração é feito de avenidas largas
transversais de saturno e tetas de fenda
de quando abrir a gaveta e visitar esta minha cidade
dos prédios vermelhos de cigarros e Tokyo
constelar
dividida entre o vidro e o verde
brecada e recoberta de pula-joças
espero irrepreensível
lantejoulas no meio fio de augusto susto
no mês de antes
setembro marcado
verás um rosto que não tem mais nome de rua
Iquiririm, cães latinos,
métrica lunar.
Dentro da gente
São Paulo é irreconhecível agora
salvo a garoa
passo
respiro
te trago
por dentro
aberto
concreto policéfalo dentro de mim (deixo
que a cidade toda exista aqui
) ruas
sem saída toda a largura de uma avenida
íntima
que eu ainda te espero nessa esquina de dentro
trés-pedi, mon amour!
ou os amigotaurus compatriotas da ladeira cadente
solidão labiríntica
enfileirados e dobrados aberto aos cruzamentos
de um café
tudo aqui dentro -
a losna que são os teus olhos
que então rondam almofadas
minha cidade que me habita
perpétua branca e sangra
outono que carece de aparência
as raposas cheiram seu sovaco -
sempre tens escrito um haicai ali.
salvo a garoa de São Paulo
que um dia, agorinha talvez
se derrame como saliva sobre o tempero de concreto armado
que derruba montanhas inteiras dentro do coração de um parnaso
que grasna
como um passarinho ferido nas asas pelo estilingue das monções
nada mais dura
dura enquanto durar
deixo de viver nela, a cidade que desmorona
ruínas na subepiderme
mas meu coração é feito de avenidas largas
transversais de saturno e tetas de fenda
de quando abrir a gaveta e visitar esta minha cidade
dos prédios vermelhos de cigarros e Tokyo
constelar
dividida entre o vidro e o verde
brecada e recoberta de pula-joças
espero irrepreensível
lantejoulas no meio fio de augusto susto
no mês de antes
setembro marcado
verás um rosto que não tem mais nome de rua
Iquiririm, cães latinos,
métrica lunar.
Dentro da gente
São Paulo é irreconhecível agora
salvo a garoa
5.5.14
de prelo (ainda não)
Na margem de tudo o que é dito, antes e depois do discurso, há um
vão, que se abre entre a epiderme e a embriaguez do que é vulgar e
divino, neste buraco escondemos o que nos é mais precioso, é
inominável por isso, sem rosto, sem cheiro, sem altura, escorre
junto ao phatos, e tem um ar de fôlego que resseca a razão, pende
como um escroto pendular entre as pernas de Netuno Negro vendendo
Tridents no vagão do metrô da linha vermelha, e pode gerar proles,
pode erigir sonhos, lembranças, desejos, tudo aquilo que a gente
guarda bem esquecido no canto escuro da casa, como um corpo
assassinado, mas que logo começa a cheirar, e antes que todos
percebam, estamos lá, remexendo naquilo, tentando encontrar algum
lugar seguro para esconder novamente, sem ousar olhar para a coisa,
tateamos cegos o que poderia ser nossa salvação, nossa única
virtude, a única coisa que podemos olhar a fisionomia e dizer, isso
é meu, nosso pecado mais original, a única coisa em que
realmente podemos nos fiar e que fazemos questão de esconder no
escuro inalcançável de nossos corações...
13.1.14
de Cantando-blues
Esmagado o Azul
Esmeralda-flor
Cascos de cavalos pisoteando o céu
(As Nuvens não existem
apenas
possíveis
transitórios
Nenhuma beleza nubla a outra)
enquanto isso Zéfiro decanta a vida
no meu
fole-tórax
Esmeralda-flor
Cascos de cavalos pisoteando o céu
apenas
possíveis
transitórios
Nenhuma beleza nubla a outra)
enquanto isso Zéfiro decanta a vida
no meu
fole-tórax
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