21.7.11

de meias medidas

como medir...?
 o afeto perdido entre os centímetros de um dragão preservativo...
a caridade estourando nas calças largas dos diretores de engenharia civil...
os fósseis denunciavam a burocracia do amor moderrno - doutorado em arqueologia.
será possível sobreviver a tudo isso?
como medir...?
 a fé lubrificada pelos pensamentos positivos...
a possibilidade de ser feliz ante a satisfação segura de um gozo seguro e rápido...
a tranquilidade dos homens ainda reside numa relíquia alfabética - a bem-aventurança das doutoranças...
será possível não repudira a tudo isso?
e também - e porque não - continuar a observar o seus mundos,
sendo o meu
a última ilha desabitada
desta estranha terra
fadada ao fracasso....



Dizem: -  é preciso ter bom-senso...
                                         a medida do homem: Coragem

                 sempre ser e também às vezes estar.... dublar a sombra das vontades alheias e depois de tudo isso esvair-se em solidão, com o blend sanguíneo dos tempos escorrendo entre os dedos, e depois de tudo isso, ir além, espantar os pensamentos abundantes, tornar privado e confortável a fluència da língua, e misturar a tudo isso o desejo de não se tornar vendável... talvez só isso nos reste; talvez não haja mais nada...

rumores de que além daqui haja vida.

tremores que depois disso haja ainda vida.

certeza de que depois de tanto palavrear as coisas continuem sem verbo, sem transição, sinônimos, sem significado, sem substantivos, sem derivados, sem conjunções, sem nenhum tipo de ponto-final

13.7.11

de viés

dos que estavam lá e puderam ver, lembro apenas de um, num relance, tinha o rosto de rinoceronte e os lábios de anêmona, mesmo nunca podendo confiar demais na minha memória, lembro dos olhos, que estavam lá e puderam ver, de relance talvez, seus dois olhos de leopardo, e esfregados pelos dedos de macaco, tinha o dorso como de um urso, talvez como de um rato, não lembro ao certo, apesar de confiar demais na minha memória, não soube distinguir a cor dos cabelos, era arriscado encará-lo, porém eu, dissimulado e muito discreto, olhava p'rum infinito acima de seus ombros, quase cego, desfocando o ponto de fuga, e contornando todos os detalhes de seu rosto, mas não lembro direito, não posso dizer que sei como ele era, nem se estava ou não olhando p'raquilo, ou se ele percebia que eu o observava, talvez por isso, talvez por não saber quem estava lá, e por ter perseguido esse compromisso da memória, não lembro do que vi, na verdade não lembro dos que estavam lá e puderam ver, lembro apenas de mim, que não lembra de nada.

3.7.11

de coisas

coisas que não podem ser perdidas: me infinita hoje