Aos Andrades e Bandeiras
Farto do amor é:
das receitas
Só a dos Aimorés!
como modelo
e cópula
(comer
naturalmente!)
“Se lamber sacos
Eat-os”
Jorrados numa
JantaFonte de beiços e tecidos
Farto das letras:
Incursivas
e achatadas
à forja
- [ódjiau] poema que não foge ao estilo –
Devorar a transformargem das éclogas
e das cloacas
matar
a Serpente binária
mostrar o pau
e por à mesa
Farto
das mentes multipluriôcas!
(recheadas
de danônes e davênes)
Sorte dos que não tem pênis
E dos que roçam pelos no luar
Dos que lançam molotovs
Na mesa de jantar
Farto da sardinha na boca da foca que rima
(nocaute,
futebol, e fadas madrinhas!)
Sorte dos que não vão ao SESC
Dos que nus a pelo
Descobrem-se no inverno
E derivam-se de carícias
Farto
do poema cabisbaixo:
Do Bem-estar-social da palavra
Farto da
língua que não roça as nuvens
Que não embaça as janelas
(de
eros de polióxidos de carbono)
Da Katharsis
sem beijo grego
Da São Paulo sem garoa
E da
metrópole D’Atenas
Farto do pensamento que não produz secreção
Farto do pensamento que não produz secreção
Farto da página que não vaza:
Das que
não são negras nem vermelhas
E
amarelas
Comer
com os Aimorés
Comer o amor
Comer a razão (que é aumentativo de raso)
Comer a dentadas tudo o que é material
Serafins e Tranca Ruas
Comer a mão que faz o poema
E comer o poema
Mastigar
Deglutir
E fazer da boca
O
berço
Do
imponderável