2.10.10

de 'Suíte ZERO'


jazigos silenciosos já buscavam razões para seus mortos

numa monstruosidade numérica onde dezenas eram fontes de águas largas - abril - portas amoleceram como gengivas no frio por onde cada dedo convergia estados em modificações e prisões por abnegações por onde cada olho por si espargiu e ouvindo atravessar o próprio sangue fora dalí coube-me saber onde estava o homem que eram unhas cabelos e dentes todos dalí? o que por fim eram flores eram flores e são flores e ainda estão mas onde estavam as andrômedas? mil arcas destampadas pra que? se ainda sou o único que lembra das andrômedas e de suas têmporas com quem lembrarei o tempo de antes depois? a quem pedirei a conta do sangue das lembranças?


o cárcere imediato das portas que se abrem tendas de senhores e escravos de línguas e nações prometidas pelas gerações a fornicar perpetuidades e abundar-nos de nossas próprias abjeções à isso tudo caberia acostumar-se as coisas que se quebram dentro e fora dos tímpanos