4.4.11

de Retratos e retratados

por um tempo o céu por cima da gente
cobrindo a medida e estabelecendo a moda
dos novos chapéus; véus de viúvas católicas,
e o pequeno colar de pérolas para uma nova amante
prometida nos vagos céus de porcos em forma de nuvens
e diamantes arrancados de lá enfeitando os salões da nobreza
deixados ou virados pelo avesso do tempo
e com a mais pura ostentação da riqueza de seus corpos
nús; colocados diante da minha paleta de cores
como se fossem minha obra inacabada, meu retrato crú
de Mademoiselle e Messier Fulano de Tal com peles brancas
e de suave modernidade; minha tinta, nossa tinta!
retrato e retratado, retrato e retratado, eis a ultra-tinta-humana:
minha lâmina derrama eternidade destes olhos
minhas falanges arqueiam a beleza de suas traquéias
e quem dirá que não
que não...
se a beleza de seus corpos está agora eternizada
na rouge canção de suas tragédias!