17.6.11

de Dentro pra fora

sou um homem condenado. espetado de dentro pra fora por um pouco de conforto. os meus lábios estão rasgados por um prato de comida e um leito de inverno. esmagado, destroçado, meu coraçao derretido goela abaixo, meu espírito se arremessou nas pedras e paraplégico se arrasta pelo chão atrás de alguma sombra onde possa descansar e sonhar - mas que sonhos! um prato de comida e o traseiro arremessado nas cobertas da caridade? e com que ingratidão olham estes meus olhos pra tudo isso? olhos sedentos e pagãos! olhos assimétricos e notívagos, amarrados a toda paisagem de fora, a tudo que possui luz - não! não quero mais olhar a sombra!

correr não basta. é preciso fugir devagar. fugir! fugir! é preciso ir além, estar inacessível, intocável. mas que covarde eu sou! esta aventura de fugir não é para espiritos fracos. não sou dos que ficam e lutam. dos que crescem e transformam. não estou com os que amam a humanidade.

estou preso a tudo o que odeio! punido por tudo o que amo!