7.11.12

de Nada

será necessário não gostar mais de flores nem gastar a sola dos sapatos nem gozar das lembranças nem contar as horas que faltam... seria preciso não ter existido jamais.



um tiro no peito com a força de um murro, isso não bastaria, uma degola com sapateios de uma faca espanhola, não seria suficiente, a explosão dos dentes e das vertentes via Anhaguera numa segundafeira, isso não dói, ad eternizar uns bugalhos de olhos na asfixia dos pulmões, isso tudo não chegaria próximo a singeleza de uma ou duas palavras que nos desossam pela força de sua delicadeza e pela crueza de sua forma, e tudo ficando acabado e vazio e triste, faria um fio de navalha parecer uma larga avenida onde se pudesse cortejar com tanques de guerra, já que o caminho dessas palavras de tão finas parecem não existir, como se não houvesse limite, um fio, uma separação, nem transparente, nem imaginário, como se não houvesse mais risco, como se dentro e fora já não mais existisse, sim e não formando um todo odioso e amoroso, como se a queda fosse já constan-ternamente uma sensação necessária...

o pedido do impedido é uma grande mentira, como quem motiva e agradece obrigado a tentativa de nada...