sim!, porque se meu corpo fosse um poço
e alí florescesse com um adubo numinoso
uma essência quinta como flor de lótus
pura e improvável num jardim lamacento
(esperança de quem crê no mito do cultivo)
de repente uma lança
aguçada no meio do mundo
ou num agravo de luz
que cega
a penumbra de um pensamento borbulhando na entranha de um musgo universal
que divide a medida
e arrefece os ouvidos
à resposta pra uma pergunta infantil: crianças morrendo no bosque -
brincadeira inocente.
quando sentíamos sede
quando havia um lugar
enquanto houver tempo
- e o mundo prestes a desabar -
cantigas da infância e metros de solidão
fugido de uma verdade oblíqua onde tudo é reticente e mutável e adubavelmente persistente seja no tempo ou na pequena redoma de luz que são os teus olhos-agora
um fugitivo
e um lotófago
um ovo eclodido
e um grego com epifania:
- os hiroshimilhosbrancos! vejo-os no milho! -
...no cinema o casal tem o desfecho de sua própria representação -
"Francamente, querida,
eu não dou a mínima"
e nada termina sem um último suspiro...